Scielo RSS <![CDATA[Revista Portuguesa de Imunoalergologia]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=0871-972120170001&lang=pt vol. 25 num. 1 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>Nova Direção - Plano de acção para 2017-2019</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212017000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>Terapêutica inalatória</b>: <b>Técnicas de inalação e dispositivos inalatórios</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212017000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A via inalatória é a via de eleição para a administração de fármacos no tratamento das doenças respiratórias. Os quatro tipos de dispositivos disponíveis atualmente para a terapêutica inalatória são os inaladores pressurizados doseáveis (com ou sem câmara expansora), os inaladores de pó seco, os inaladores de névoa suave e os nebulizadores.Efetua-se uma breve revisão dos fatores que determinam a deposição pulmonar dos aerossóis e dos quatro tipos de inaladores. Fornece-se informação importante para a seleção otimizada do inalador para cada doente e instruções quanto à técnica inalatória correta de cada dispositivo inalatório, que deve ser efetuada e revista em cada consulta<hr/>Inhalation is currently the choice route for administration of drugs to treat respiratory diseases. The four types of inhalation therapy devices currently available are pressurized metered dose inhalers (with and without spacer device), dry powder inhalers, the soft mist inhalers, and nebulizers. A brief review of the factors that determine the pulmonary deposition of the aerosol and the four types of inhalers is performed. Provide important information for optimal selection of the inhaler for each patient and instructions for proper inhalation technique of each inhalation device, which must be performed and revised at each visit <![CDATA[<b>Anafilaxia - 8 anos de internamentos no Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar de Lisboa Norte</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212017000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Fundamentos: A anafilaxia é uma entidade muito variável do ponto de vista sintomatológico, tornando o seu diagnóstico bastante difícil. A tendência crescente de internamentos por este quadro e a sua incidência na Europa tornam-na um quadro relativamente comum na realidade em que nos encontramos. Objetivo: Caracterização de uma amostra de doentes internados num serviço de Imunoalergologia com o diagnóstico de anafilaxia. Material e métodos: Foram selecionadas 146 notas de alta cujo diagnóstico de saída foi anafilaxia. Dessas, apenas 133 processos de internamento estavam disponíveis ou continham dados suficientes para análise. A partir desta amostra foram analisados vários aspetos relacionados com o quadro de anafilaxia. Resultados: A anafilaxia foi mais comum no sexo feminino (58 %) e as principais causas foram os fármacos, os alimentos e as provas de provocação, correspondendo respetivamente a 49 %, 26 % e 8 % dos casos. Houve uma predominância de casos de anafilaxia por fármacos no inverno ao invés da anafilaxia alimentar, mais comum na primavera. Metade dos doentes não referiu episódios anteriores de anafilaxia. Registou-se um predomínio de manifestações mucocutâneas (93 %), seguido de respiratórias (71 %) e de cardiovasculares (32 %). A maioria das reações foi de gravidade moderada (57 %). Registou-se um maior número de casos graves na anafilaxia por fármacos no sexo masculino, em idades mais avançadas e nos casos sem episódios anteriores. 77 % dos casos foram observados por otorrinolaringologia e em 32 % destes objetivaram-se alterações das vias aéreas superiores; destas, as alterações laríngeas constituíram 41 % dos casos. 55 % dos doentes receberam tratamento com adrenalina e em 52 % dos casos foi prescrita uma caneta autoinjetora. Conclusões: A maioria das observações assemelha-se às de outros estudos publicados. No entanto, a administração de adrenalina e a prescrição de caneta autoinjetora são muito superiores nesta série. Além disso, denota-se também um maior contributo do serviço de otorrinolaringologia na avaliação dos doentes<hr/>Background: Anaphylaxis is a very variable entity, sometimes representing a significant diagnostic challenge. The increasing incidence and number of hospitalizations due to anaphylaxis make it a relatively common disease in our reality. Objective: To characterize a population of patients hospitalized in the Allergy Department with the diagnosis of anaphylaxis. Material and methods: In the period 2005-2013, 146 patients were admitted to our department with anaphylaxis and received hospital discharge. Of those, only 133 discharge reports were available or contained sufficient data for analysis. Results: Anaphylaxis was more common in females (58 %) and the main causes were drugs, food and provocation tests, corresponding respectively to 49 %, 26 % and 8 % of cases. There were more cases of drug anaphylaxis in winter; food anaphylaxis was more common in spring. Half of the patients didn’t mention previous episodes of anaphylaxis. There was a predominance of mucocutaneous (93 %) manifestations, followed by respiratory (71 %) and cardiovascular (32 %) manifestations. Most of the reactions were of moderate severity (57 %). There were more severe cases in drug anaphylaxis, in males, in older patients and in patients without previous episodes. 77 % of cases were observed by Otorhinolaryngology, and of these, 32 % showed ENT changes (with laryngeal involvement in 41 %). 55 % of patients received treatment with epinephrine and in 52 % of cases adrenaline auto-injector was prescribed. Conclusions: Most observations are similar to other published studies. However, the administration of epinephrine and the prescription of an auto-injector is higher in this series. In addition, it also denotes a greater contribution of the ENT Department in the evaluation of these patients <![CDATA[<b>Reações anafiláticas em crianças admitidas numa Unidade de urgência pediátrica</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212017000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A anafilaxia é uma reação de hipersensibilidade sistémica, de início súbito, clínica e gravidade variáveis, cujo diagnóstico é clínico. Sendo uma emergência médica, é um desafio diagnóstico, particularmente em pediatria. Os autores realizaram um estudo retrospetivo com consulta dos processos clínicos das 38 978 crianças admitidas num serviço de urgência pediátrica hospitalar (SUPH) de 01/01/2010 e 31/12/2014, com o objetivo de calcular a incidência e caracterizar a população e as reações anafiláticas. Dos processos analisados identificaram-se 27 episódios de anafilaxia em 24 crianças: 54 % do sexo feminino; média de idade 5,5 anos. A incidência foi de 69,2/100 000, em 5 anos, tratando-se do primeiro episódio em 10 crianças. Clinicamente todas as crianças apresentaram envolvimento cutâneo e 74 % respiratório, 33 % gastrointestinal e 15 % cardiovascular. Em 63 % das reações os alimentos foram a causa identificada, em 11 % a picada de himenóptero e em 7 % a aplicação de produtos cutâneos. As opções terapêuticas foram: 93 % anti-histamínicos H1, 89 % corticoides, 70 % oxigénio suplementar, 59 % adrenalina, 44 % salbutamol inalado e 27 % soro fisiológico, em diferentes associações. Em dez episódios houve necessidade de internamento. Onze crianças (46 %) foram referenciadas à consulta de imunoalergologia. Não se verificaram óbitos. A anafilaxia é causa rara de recurso ao SU, sendo a alergia alimentar a causa mais comum no grupo analisado. Apenas em 59 % dos casos houve administração de adrenalina, sendo que as recomendações internacionais advogam o seu uso precoce em todos os casos. Menos de metade das crianças foram referenciadas à consulta de imunoalergologia, atitude que impossibilita a investigação para diagnóstico etiológico e o desenho de um plano de prevenção e terapêutica adequado<hr/>Anaphylaxis is a systemic acute hypersensitivity reaction, showing a large variation in clinical presentation and severity. It is a medical emergency requiring an immediate recognition and represents a challenge mainly in younger population. The aim of our study was to evaluate the incidence of anaphylaxis and characterize it in children admitted to a pediatric emergency department during a 5-year period. Revision of 38.978 files of patient with less than 18 years admitted to the pediatric emergency department between 01/01/2010 and 31/12/2014 was performed. From the analyzed data 27 anaphylactic reactions were identified; 24 children-54 % females, mean age 5,5 years were involved. For 10 of them this was a first episode. The incidence was 69.2/100 000 in 5 years. All children had cutaneous manifestations and 74 % had respiratory, 33 % gastrointestinal and 15 % cardiovascular involvement. In 63% of the reactions food was the eliciting factor, in 11 % hymenoptera stings and in 7 % skin care products. The treatment options were in 93 % a first generation antihistaminic, in 89 % corticosteroid, in 70% supplementary oxygen, in 59 % adrenaline, in 44 % inhaled salbutamol and in 27 % normal saline solution, in different combinations. Hospitalization was required in 10 episodes. Eleven children (46 %) were referred to an allergy consultation. There was no mortality. Anaphylaxis is a rare reason for admission in the emergency department. Food related reactions were the most common cause in our study group. Only in 59% of the episodes adrenaline was used, in spite of the guidelines recommend it as first line of treatment, for every anaphylactic reaction. Less than 50% of the children were referred to a specialty consultation, lacking the majority the access to both, a correct diagnostic workup and a personalized emergency and therapeutic plan