Scielo RSS <![CDATA[Revista Portuguesa de Imunoalergologia]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=0871-972120160004&lang=pt vol. 24 num. 4 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>Revista Portuguesa de Imunoalergologia no triénio 2014-2016</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212016000400001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt <![CDATA[<b>Dermatite de contacto</b>: <b>revisão da literatura</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212016000400002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A dermatite de contacto é uma doença muito frequente observada por imunoalergologistas, dermatologistas e médicos de medicina geral e familiar. É uma entidade que deve sempre ser considerada na presença de um eczema de difícil controlo. O objetivo deste artigo consiste numa revisão da literatura sobre a dermatite de contacto em que os autores discutem os principais tipos de dermatite de contacto, o diagnóstico, alguns grupos específicos e tecem algumas considerações terapêuticas<hr/>Contact dermatitis is a common disease seen by allergists, dermatologists and primary care physicians. It is an entity that should always be considered in the presence of eczema not responding to treatment. The purpose of this article is to review the literature on contact dermatitis in which the authors discuss the main types of contact dermatitis, diagnosis, some specific groups and some therapeutic considerations <![CDATA[<b>Teste cutâneo positivo para parietária</b>: <b>Qual o significado?</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212016000400003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Fundamento: A positividade do teste cutâneo prick (TCP) ao pólen de parietária é na maioria dos casos acompanhada de TCP positivos a outros pólenes. Por outro lado, uma percentagem significativa destes doentes não apresenta IgE específica para rPar j 2, considerado atualmente como marcador de alergia à parietária. Objetivo: Encontrar critérios preditivos de alergia ao pólen de parietária em doentes com TCP positivo a este pólen. Métodos: Foram recolhidos dados clínicos, resultados dos TCP e doseamentos de IgE específica para rPar j 2 de 64 doentes com TCP positivos à parietária - pápula com diâmetro médio (dm) igual ou maior que 3 mm. Foi construída uma árvore de classificação de alergia à parietária (tomando como referência de “verdadeira alergia” a positividade da IgErPar j 2), utilizando o algoritmo CHAID (qui-squared automatic interaction detection). Resultados: No grupo estudado, 36 doentes eram do sexo feminino e a média de idades de 25,0±15,0; 70,3 % apresentava TCP positivos para ácaros (do pó), 84,4 % para pólen de gramíneas, 78,1 % a oliveira e 62,5 % para “outros pólenes” (excluindo as gramíneas ou a oliveira). Os fatores preditivos do melhor modelo obtido foram a relação entre as dimensões da pápula do TCP à parietária e à histamina, o sexo e o resultadodos TCP a “outros pólenes”. Assim, os doentes com pápula do TCP à parietária superior à da histamina do sexo feminino tiveram IgErPar j 2 positiva em 100 % dos casos. Por outro lado, um dm de pápula igual ou inferior à histamina acompanhado de TCP positivos para “outros pólenes” associou-se a uma probabilidade de negatividade a este recombinante de 95,5 %. O modelo gerado pela árvore de decisão apresentou bom ajuste, tendo estimativa de risco de 0,16 (erro-padrao= 0,04), mostrando-se estável, considerando-se que o risco estimado pela validação cruzada foi próximo do modelo final (risco 0,19; ep=0,05). Conclusões: Foi possível, com base nos resultados de um estudo alergológico básico, criar um modelo preditivo de alergia ao pólen de parietária com classificação correta em 84 % dos casos e boa capacidade de generalização. Palavras-chave: Alergénio recombinante rParj 2, algoritmo, modelo preditivo, polinose a parietária<hr/>Background: In most cases a positive prick test (PT) to parietaria goes along with positive PT to other pollens. On the other hand, a significant percentage of this patients don´t presenta rPar j2 specific IgE, which is currently considered as a marker to parietaria allergy. Objective: To define predictive criteria for allergy to parietaria pollen in patients with a positive PT to this pollen. Methods: We collected the medical records, PT results and rPar j 2 specific IgE levels of 64 patients with a positive PT to parietaria - wheal with mean diameter equal or larger then 3mm. Using the CHAID algorithm (Qui-squared Automatic Interaction Detection) we were able to create a classification tree of parietaria allergy (considering “true allergy” the positivity of specific IgE to rPar j 2). Results: In our study group, 36 were female and mean age was 25.0±15,0; 70.3% had a positive PT to dust mites, 84.4 % to grass pollen, 84.4% to olive tree pollen and 62.5% to “other pollens” (non grass nor olive tree pollen). Predictive factors identified by the best model were the ratio between mean diameters of histamine and parietaria PT wheals, the patient gender and the result of the PT to “other pollens”. Therefore, patients with a PT wheal to parietaria larger than histamine that were female hada rPar j 2 positive in 100% of the cases. In the other hand, a PTwheal to parietaria equal or smaller to histamine followed by a positive PT to “other pollens” were related to a 95.5% probability of negative rPar j 2IgE. The computed tree estimated risks were: re-substitution 0.16 (standard error 0.04) and cross-validation 0.19 (standard error 0.05). Conclusion: Basic allergological patient evaluation allowedto create a predictive model of parietaria pollen allergy with a reasonable performance <![CDATA[<b>Desafios no diagnóstico de hipersensibilidade a inibidores da bomba de protões</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212016000400004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Fundamentos: A incidência de hipersensibilidade (HS) aos inibidores da bomba de protões (IBP) parece estar a aumentar. As atuais recomendações para a realização de testes cutâneos (TC) com IBP são fracas e baseiam-se em evidência de qualidade moderada. Objetivos: Rever os resultados dos procedimentos diagnósticos in vivo e avaliar o padrão de reatividade cruzada (RC) em doentes estudados por suspeita de HS aos IBP. Métodos: Este estudo é descritivo e inclui os doentes avaliados em Hospital de Dia - Área Específica de Alergia a Fármacos entre janeiro de 2007 e dezembro de 2014, por suspeita de HS aos IBP. Foram revistos os resultados dos testes cutâneos por picada (TCP) e dos testes intradérmicos (TID), para os quais foram usadas as formulações parentéricas de IBP comercialmente disponíveis (omeprazol, esomeprazol e pantoprazol) e, apenas paraos TCP, as formulações orais de lansoprazol e rabeprazol. Resultados: Foram avaliados 19 doentes (58 % sexo feminino; média idade ±DP de 51±14 anos) e o IBP mais frequentemente suspeito foi o omeprazol (68 %). No total, 11 doentes (5 com reacções imediatas) tiveram TC positivos, 4 deles com positividade para mais do que um IBP. Os 3 doentes com TCP positivos (anafilaxia ao omeprazol) tiveram RC nos TC (1 ao omeprazol/esomeprazol e 2 ao omeprazol/pantoprazol). Em 2 doentes com positividade no TID com omeprazol 4 mg/ml verificou-se posterior tolerância ao omeprazol. A especificidade calculada dos TC foi de 80 % (IC95 %: 44 %-98 %). Conclusões: O omeprazol numa concentração de 4 mg/ml no TID (1/10 da atualmente recomendada) poderá ser irritativa. Não foi possível identificar padrões claros de RC entre IBP.<hr/>Background: The incidence of hypersensitivity (HS) to proton-pump inhibitors (PPI) seems to be increasing. Current recommendations for skin tests with PPI are weak and based on moderate quality evidence. Aims: To review the outcomes of in vivo diagnostic procedures and to assess the cross-reactivity (CR) patterns in patients evaluated for suspected PPI HS. Methods: This is a descriptive study of patients assessed in the Drug Allergy Unit from January/2007 to December/2014 for suspected PPI HS. We reviewed the outcomes of skin prick tests (SPT) and intradermal tests (IDTs) performed with commercially available parenteral PPI formulations (omeprazole, esomeprazole e pantoprazole); oral presentations of lansoprazole and rabeprazole were also used for SPT only. Results: We evaluated 19 patients (58% females; mean age±SD 51±14 years) and the main incriminated PPI was omeprazole (68%). A total of 11 patients (5 with immediate reactions) had positive skin tests, 4 of them to more than one PPI. The 3 patients with positive SPT (cases of omeprazole anaphylaxis) had skin CR (1 to omeprazole/esomeprazole and 2 to omeprazole/pantoprazole). Two patients with positive IDT to omeprazole 4 mg/ml tolerated oral omeprazole posteriorly. Specificity of skin tests was 80% (IC95%: 44%-98%). Conclusions: Omeprazol 4 mg/ml may be an irritative concentration for IDTs (1/10 of that currently recommended). No clear CR pattern emerged <![CDATA[<b>Um caso de hipersensibilidade perioperatória a anti-inflamatorio não esteroide</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212016000400005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Introdução. As reações alérgicas perioperatórias podem ter várias etiologias farmacológicas. Os autores apresentam um caso de hipersensibilidade a anti-inflamatorio não esteroide (AINE). Caso clínico. Mulher de 74 anos, com antecedentes de hipertensão arterial e hipotiroidismo, referenciada por quadro de urticária generalizada no pos-operatorio em três cirurgias consecutivas. A primeira reação (2010) decorreu 24 horas após uma artroscopia ao joelho e os fármacos envolvidos no pos-operatorio foram: bupivacaína, paracoxib, metamizol, diclofenac, esomeprazol, metoclopramida, enoxaparina, cefazolina e diazepam. A segunda reação (2012) decorreu 8 horas após cirurgia para correção de cistocelo, sendo os fármacos envolvidos: bupivacaína, sufentanil, midazolam, cefoxitina, efedrina, paracetamol, metamizol, atenolol e insulina. A terceira reação (2013) decorreu 6 horas após colocação de prótese no joelho e os fármacos foram enoxaparina, esomeprazol, captopril, cefazolina, diazepam, granisetrom, cetorolac, paracetamol, metamizol, tramadol e metoclopramida. Da investigação alergológica salienta-se positivamente o teste intradérmico com metamizol, com tolerância dos outros AINE envolvidos. Restante investigação negativa para outros fármacos. A realçar que, em contexto de urgência, esta doente foi inadvertidamente medicada com metamizol endovenoso, desenvolvendo urticária. Conclusão. Trata-se de um caso clínicocomplexo com múltiplas cirurgias e fármacos envolvidos que conduziu a uma investigação clínica exaustiva, que revelou hipersensibilidade ao metamizol<hr/>Background: Several drugs may be responsible for perioperatory allergic reactions. The authors document one case report of IgE-mediated hypersensitivity to a nonsteroidal anti-inflammatory drug in the perioperatory period. Case report: 74 year-old woman, with a past history of blood hypertension and hypotiroidism. This patient has a history of generalized urticaria related to three surgeries. The first reaction (2010) occurred 24h after a knee artroscopy and she was medicated with: bupivacaine, paracoxib, diclofenac, metamizol, esomeprazole, metoclopramide, enoxaparin, cefazolin and diazepam. The second reaction (2012) occurred 8 hours after a cystocele repair and the drugs used were: bupivacaine, sufentanyl, midazolam, cefoxitine, ephedrine, paracetamol, metamizole and insulin. The third reaction (2013) occurred 6 hours after knee prosthesis implantation and the drugs used were: enoxaparin, esomeprazole, captopril, cefazolin, diazepam, levotiroxine, hidroxizine, granisetron, cetorolac, paracetamol, metamizol, tramadol and metoclopramide. The diagnosis workup revealed a positive intradermal test for metamizol, and the patient tolerated other anti-inflammatory drugs. Additionally, due to muscular pain, this patient was mistakenly administered with intravenous metamizol at emergency room, and a reproducible reaction has been observed. Conclusion: This reports a case of metamizol IgE-mediated hypersensitivity in a patient with multiple surgeries and several culprit drugs, which complicated our investigation