Scielo RSS <![CDATA[Arquivos de Medicina]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=0871-341320070001&lang=en vol. 21 num. 1 lang. en <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<B>Tobacco use and bone differentiation</B>: <B>effect of plasmatic and salivary levels of nicotine on the beahviour of human bone marrow osteoblastic cells </B>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132007000100001&lng=en&nrm=iso&tlng=en Os hábitos tabágicos constituem um factor de risco para patologias crónicas que envolvem o tecido ósseo como a osteoporose e a perda óssea alveolar associada à doença periodontal. O processo de formação óssea envolve a diferenciação de células osteoprogenitoras em osteoblastos e a formação de uma matrix colagenosa mineralizada. Assim, o objectivo deste trabalho foi caracterizar o comportamento de células osteoblásticas provenientes de medula óssea humana na presença de concentrações de nicotina representativas dos níveis sanguíneos e salivares presentes nos indivíduos com hábitos tabágicos. As culturas celulares foram mantidas durante 28 dias em condições experimentais que favorecem a diferenciação do fenótipo osteoblástico e cultivadas na ausência (situação controlo) e na presença de nicotina (10 ng/ml - 1 mg/ml). A exposição a 10 ng/ml (concentração representativa dos níveis plasmáticos) não afectou significativamente a proliferação e actividade funcional. A presença de concentrações superiores (0,01 - 1 mg/ml, representativas dos níveis salivares) influenciou o comportamento celular, de modo dependente da dose. As culturas expostas a 0,01 - 0,2 mg/ ml apresentaram estimulação da proliferação celular e da actividade de fosfatase alcalina, associada a uma antecipação do processo de mineralização da matriz extracelular. A exposição a 0,3 mg/ml causou um efeito inibitório inicial, seguido de recuperação dos parâmetros de crescimento e função. Na presença de concentrações superiores, observaram-se efeitos negativos no comportamento celular durante todo o período de incubação; as culturas apresentaram uma diminuição do número de células aderentes, níveis de fosfatase alcalina baixos e extensa vacuolização citoplasmática. Os resultados sugerem a possibilidade de modulação local da actividade osteoblástica pela nicotina, a nível da cavidade oral.<hr/>The use of tobacco has been implicated in bone pathologies like osteoporosis and alveolar bone loss associated to periodontal disease. Bone formation involves the differentiation of osteoprogenitor cells into osteoblasts and the formation of a mineralised colagenous matrix. Therefore, the aim of this work was to characterise the behaviour of human bone marrow derived osteoblastic cells in the presence of nicotine at concentrations representatives of those present in plasma and saliva of tobacco users. Cell cultures were maintained for 28 days in experimental conditions that favour the differentiation of the osteoblastic phenotype and cultured in the absence (control) and in the presence of nicotine (10 ng/ml - 1 mg/ml). Results showed that nicotine, at 10 ng/ml (representative of plasmatic levels), did not affect significantly cell proliferation and functional activity. The presence of higher levels, 0.01 - 1mg/ml (representative of the salivary levels), affected cell behaviour in a dose dependent manner. Cultures exposed to 0.01 - 0.2 mg/ml presented increased cell proliferation and alkaline phosphatase activity, associated to an anticipation of the matrix mineralization. Treatment with 0.3 mg/ml caused an initial inhibitory effect followed by a recovery of the cell growth and functional parameters. In the presence of higher concentrations, negative effects on cell behaviour were observed throughout the incubation time; cultures presented decreased numbers of adherent cells, low alkaline phosphatase levels and cytoplasm vacuolation. Results suggest the possibility of local modulation of the osteoblastic activity by nicotine, at the oral cavity. <![CDATA[<B>Spontaneous infartion of the breast </B>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132007000100002&lng=en&nrm=iso&tlng=en Os autores apresentam um caso clínico de enfarte espontâneo da mama numa doente de 28 anos, cujo quadro clínico teve início no 3º dia de puerpério e o diagnóstico protelado cerca de 4 meses, dado ter sido inicialmente interpretado como abcesso da mama.<hr/>The authors present a clinical case of spontaneous infarction of the breast in a 28-year-old patient. She presented clinical signs on the third day postpartum, though diagnosis was 4 months delayed, as it was initially interpreted as a mammary abscess. <![CDATA[<B>Differential sensitivity in growth and development of dental and skeletal tissue to environmental quality</B>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132007000100003&lng=en&nrm=iso&tlng=en Dental and skeletal development provide a measure of physiological age that can be used to predict the optimal timing for treatment in orthodontic, orthopaedic or paediatric clinical practice or to estimate chronological age of child skeletal remains in forensic or archaeological contexts. Because the environmental sensitivity of skeletal and dental development can affect the ability to predict treatment timing and accuracy of age estimations, it is important to understand how these two tissues respond differently to environmental insults, such disease or malnutrition. This paper reviews the literature that supports the general assertion that dental development is less affected by environmental quality than skeletal development. It is concluded that the environmental sensitivity of tooth formation (compared to tooth eruption) has been rarely assessed and that there is a paucity of studies that examine the development of both tissues against socioeconomic and nutritional status or non-genetic disease.<hr/>O desenvolvimento do esqueleto e da dentição fornecem uma medida da idade fisiológica, que pode ser utilizada para prever o momento mais adequado do tratamento em ortodontia, ortopedia e pediatria, assim como para estimar a idade cronológica de restos ósseos de crianças em contextos forenses ou arqueológicos. Dado que a susceptibilidade ambiental do desenvolvimento do esqueleto e da dentição podem influenciar a altura do tratamento clínico, ou a correcção das estimativas da idade, é importante compreender qual a resposta diferencial destes dois tecidos aos insultos do ambiente, como sejam a doença ou a desnutrição. Este artigo, faz a revisão da literatura na base do pressuposto de que o desenvolvimento dentário é menos afectado pela qualidade do ambiente do que o desenvolvimento do esqueleto. Conclui-se que a susceptibilidade ambiental da calcificação dentária (comparativamente à erupção dentária) raramente foi avaliada e que são escassos os estudos que examinam o impacto do estatuto socioeconómico ou nutricional, e de doenças não genéticas sobre o desenvolvimento de ambos os tecidos. <![CDATA[<B>Cardiovascular risk factors in adolescence</B>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132007000100004&lng=en&nrm=iso&tlng=en The present review will examine the relationships among behavioural and biological cardiovascular risk factors during adolescence and cardiovascular disease later in adult life. A consistent finding is the co-occurrence of behavioural cardiovascular risk factors such as smoking, alcohol consumption, unhealthy diets and physical inactivity. Although there are no consensual criteria to define adolescence overweight, it is the most prevalent cardiovascular risk factor representing an increasingly important health problem, and the increase in the prevalence overweight, among younger age groups, is likely to have effect on others biological cardiovascular risk factors during adolescence and long-term implications for cardiovascular disease. A cluster of risk factors that includes overweight, hypertension, dyslipidemia and insulin resistance was described in children and adolescents, leading to the hypothesis that the clustering process begins early in life and persists in adulthood.<hr/>Esta revisão investiga a relação entre factores de risco cardiovasculares, comportamentais e biológicos, na adolescência e a ocorrência de doença cardiovascular na vida adulta. Factores de risco comportamentais, como hábitos tabágicos, consumo de bebidas alcoólicas, níveis baixos de actividade física e uma ingestão alimentar habitualmente associada a risco de doença, tendem a agregar-se. Apesar de não existir um critério consensual para a definição de excesso de peso em adolescentes, é o factor de risco mais prevalente neste grupo etário, e representa um problema crescente com impacto não só na mortalidade e morbilidade na vida adulta, mas também em outros factores de risco biológicos durante a adolescência. Nos adolescentes já se observa a agregação de factores de risco como o excesso de peso, hipertensão arterial, dislipidemia e resistência à insulina, o que suporta a hipótese que esta agregação se inicia em fases precoces da vida.